terça-feira, 30 de agosto de 2011

A educação ambiental no dia a dia escolar

A educadora Nídia Nacib Pontuschka reforça: "as escolas têm que abordar o tema educação ambiental com profundidade e pluralidade entre as diversas áreas de conhecimento".

O tema educação ambiental leva Nídia Nacib Pontuschka de encontro à década de 60, época em que cursava Geografia na USP. A educadora relembra como os trabalhos de campo que integravam o currículo do curso contribuíram para suas primeiras percepções sobre o meio ambiente. “Embora as questões do meio fossem tratadas sob uma ótica muito mais geográfica do que ambiental, era impossível não se ater a questões que já saltavam aos olhos, como solos degradados, rios entulhados e poluição”. Segundo Nídia, no entanto, as questões ambientais passaram a ganhar foco somente a partir das décadas de 70 e 80 com o surgimento de grupos de ambientalistas e ONGs direcionadas à causa; e obtiveram espaço ainda maior nos anos 90 com a menção dos problemas ambientais pela mídia - condição determinante, na visão da educadora, para que o tema adentrasse o mundo escolar. “Com isso, jovens e crianças começaram a criar questionamentos sobre o tema e levá-los para dentro da sala de aula”. Embora o novo cenário tenha despertado uma conscientização mais aguçada para com o tema, as escolas, muitas vezes, ainda demonstram abordagens incipientes, como explica Nídia. “Vemos em disciplinas como biologia, ciências e geografia explanações sobre desmatamento, poluição, mas ainda de maneira isolada”. Em entrevista ao NET Educação, a educadora reforça: “queiram ou não as escolas têm que abordar o tema educação ambiental com profundidade e pluralidade entre as diversas áreas de conhecimento.”

NET Educação - Como o conceito de Educação Ambiental chegou à esfera da Educação?

A partir da década de 70, as questões ambientais começaram a ganhar foco devido à gravidade do que vinha acontecendo; pela Europa e Estados Unidos, por exemplo, grupos contestavam contra problemas de naturezas ambientais, como o vazamento de urânio. No Brasil, a questão ganhou espaço aos poucos, sobretudo na década de 80, com o surgimento de grupos de ambientalistas e ONGs direcionadas à causa. Nessa época, já se viam manifestações de alguns temas no currículo escolar, mas ainda de maneira isolada. Por mais que as escolas contemplassem temas como desmatamento e poluição, as abordagens eram incipientes se comparadas ao desdobramento das questões ambientais. A partir dos anos 90, no entanto, o tema ganha mais destaque na mídia e, com isso, temos uma porta de entrada no universo escolar. É que crianças e jovens passam a trazer questionamentos para dentro da sala de aula com mais frequência e, ainda que de maneira informal, tal postura passou a exigir dos professores e também das instituições escolares uma aproximação maior com as questões ambientais.




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